Tendo por base os 9 anos de experiência continuada na inclusão de seniores através da prática lúdica de teatro, o ATIVAsénior – Teatro com Seniores no Alto Minho alargou a todo o território esta oferta social e cultural. No total, 5 criadores da área teatral estão a trabalhar durante 24 meses com 10 grupos concelhios de até 20 pessoas com idade igual ou superior a 60 anos de idade, residentes nos vales do Minho-Lima.

Em espaço disponibilizado pelas autarquias dos 10 concelhos do Minho-Lima, está a ser desenvolvido um projeto de teatro com seniores em cada concelho, com regularidade semanal, que enfoca as memórias do património imaterial de cada comunidade.

Cada criador é responsável por 2 grupos: 1 do Vale do Lima e 1 do Vale do Minho e trabalha com os seus 2 grupos ao longo de 12 meses, criando grupo, pesquisando o património imaterial do concelho e desenvolvendo a criação de um exercício performativo apresentado aos públicos de cada concelho, em espaço disponibilizado por cada autarquia.

Durante este período, serão promovidas apresentações suplementares em contextos de partilha intergeracional, como instituições de ensino, lares e casas de repouso e também eventos municipais que possam enquadrar e dar visibilidade ao trabalho criativo desenvolvido por cada um dos 10 grupos do projeto.

Os criadores, enquanto responsáveis por um grupo de cada vale, garantirão ainda a articulação e co-direção das apresentações coletivas. Nos 12 meses seguintes, o projeto passará a ensaiar um exercício performativo transmedia em conjunto, que incluirá a participação dos 10 grupos numa mesma performance.

Acompanhe a nossa viagem nesta página e nas redes sociais: @ATIVAsenior.AltoMinho (Facebook) e @ATIVAsenior.AltoMinho (Instagram)

Os Criadores

Liliana Barbosa

O projeto ATIVAsénior traz até mim a oportunidade de viajar até aos tempos dos meus avós! Passear por cheiros, costumes e histórias de tempos que não vivi. Tempos passados, que se tornam vivos e presentes, através dos olhos e dos contos de quem os partilha. Que o TEATRO tenha também este pretexto tão completo de chegar até ao coração e isolamento de quem nunca daria vida a um poema sem esta oportunidade! Este projeto é um caminho aberto para chegarmos ao outro, e o outro chegar a nós, fazendo teatro!

 

Liliana Barbosa iniciou a sua formação teatral em 1999 com o projeto Teatração, desenvolvido com o apoio do programa Eixo Youthstart. Trabalhou como atriz, cantora, cenógrafa e figurinista com encenadores como António Simón, Castro Guedes, Guillermo Heras, Joaquim Benite, José Martins, Manuel Guede e Ricardo Simões. Fundadora e encenadora do grupo de teatro de amadores Associação Teatro à Sexta. Professora e formadora no âmbito do ensino profissional, de variadas disciplinas ligadas ao teatro e artes plásticas. Atualmente é criadora no projeto ATIVAsénior, Teatro com Seniores no Alto Minho. É licenciada em Design e criadora do projeto de design português, Afectos em Trapos.

Nelma Nunes

Trabalhar com os grupos de Caminha e Valença no projeto ATIVAsénior Alto Minho tem sido uma bela aventura em que, brincando ao teatro, se evocam memórias, se descobrem vivências e se (re)constrói uma história coletiva.

 

Licenciada em ensino de Português/Inglês pela Universidade do Minho, Nelma exerce as funções de professora desde 1992, nas disciplinas de Português, Inglês e Expressão Dramática, desempenhando atualmente o cargo de professora bibliotecária. Tem o curso de especialização em Ciências da Informação – Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique. Colaborou com o grupo amador de teatro de marionetas “Oficina de Marionetas” do Centro Cultural do Alto Minho. Realizou um curso de Iniciação ao Teatro pela Companhia Teatro do Noroeste e desenvolveu experiência profissional nessa mesma companhia em várias produções. Trabalhou também como atriz no grupo de teatro Cena Secreta, tendo participado em várias produções e no grupo Caracol de Corrida com o espetáculo para públicos escolares “História Breve da Lua”. Colabora desde 2013 com o grupo de teatro amador À Margem – Armazém Teatral, tendo participado em duas produções como atriz e encenadora. Em 2016, frequentou a formação Escola de Verão para Atores dinamizada pelo Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, com coordenação de Guillermo Heras. Encenou o espetáculo “A Curva” de Tankred Dorst pela companhia Krisálida – Associação Cultural do Alto Minho.

Nuno J. Loureiro

O Teatro, com os seus jogos e exercícios, é aquele “Mestre de Cerimónias” que nos permite abrir as portas do sonho e da imaginação. Mas especialmente, quando fazemos Teatro com Séniores, a entrada principal é a porta dourada da Memória. Nada é mais emocionante que observar e ouvir as histórias das suas vivências, autênticas viagens no tempo, resgatando memórias e tranformando-as em retratos que ganham vida nas suas próprias vozes. E nada se compara aos seus sorrisos e ao brilho dos seus olhos quando redescobrem coisas que estavam um pouquinho arrumadas no fundo do baú.

 

Estreia em 1998 como Actor profissional na Companhia de Teatro do Noroeste – CDV no espetáculo “Parvos e Mulheres” de Gil Vicente, encenado por Manuel Geraz. Ingressa em 1999 na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto, onde obtém o grau de Licenciado em Estudos Teatrais, variante de Interpretação em 2003. No primeiro trimestre de 2001, é aluno de Erasmus na Universtity of Northumbria (Newcastle) no curso de Acting for Film and TV. Em 2006 integra a Comissão Organizadora da 1a edição do Festival SET (Semana das Escolas de Teatro) e assume a função de Produtor Executivo. Entre 2006 e 2010 assume funções como professor colaborador na ESMAE na cadeira de Produção, onde desenvolve actividade de Assistente de Encenação. Colabora com os encenadores Howard Gayton, Lee Beagley e Nuno Cardoso. Trabalha ainda como formador/coordenador do Curso Livre de Teatro durante o mesmo período. Desde então, tem trabalhado como Ator nas companhias: Teatro do Noroeste – CDV (Viana do Castelo), Teatro Oficina (Guimarães), Teatro Atípico (Porto), Dois Pontos – Associação Cultural (Porto), Produções Suplementares (Porto), Teatro Ágil (Viana do Castelo), Teatro Arado (Vila Nova de Gaia), Yellow Star Company (Lisboa) e Associação Usina (Lisboa). Na componente da Encenação e Formação, tem trabalhado regularmente com vários grupos de teatro Amador e semi-profissional: Citânia – Associação Juvenil (Guimarães), Grupo de Teatro Marabunta (Porto), Associação Teatro Construção (Joane), Dupla-Face Companhia das Artes (Ponte de Lima), Grupo de Teatro do Vez (Arcos de Valdevez), Krisálida – Associação Cultural do Alto Minho (Caminha). Tem sido ainda, convidado regular do Festival de Teatro de S. João da Madeira, onde dirige o Workshop de Teatro dirigido a alunos do Ensino Básico e Secundário e elementos de grupos amadores do Concelho. 

Philippe Leroux

Que maravilhoso é “brincar” independentemente da idade que se tem. Em França no teatro, « on joue », e em Inglaterra, « we play ».  Através do jogo teatral, corpo e mente estão em ação. As nossa memórias psíquicas e físicas são chamadas para ajudar a brincar melhor, pelo simples prazer de fazer e mostrar. Sinto-me apenas um espectador, ávido de « brincar » com quem tem mais experiência de vida, pois é na experiência de fazer e sentir o mundo que se encontra a formação e a expressão artística.

 

Philippe Leroux é um ator, encenador e professor de arte dramática. Estudou teatro na Sorbonne e representação no Actingstudio em Paris, onde ganhou um prémio Cyrano para a melhor companhia teatral. Trabalhou em Portugal e França com diversos encenadores, como por exemplo Robert Cordier, João Lourenço, Nuno Carinhas, José Wallenstein entre outros. No cinema trabalhou com realizadores como Fanny Ardent, Sérgio Graciano, Edgar Pêra e Artur Ribeiro entre outros. Participou em diversos projetos televisivos com destaque para as séries “Alves dos Reis”, “Um Lugar para Viver” e “Inspector Max”.

Sílvia Barbosa

O ATIVAsénior é como uma máquina do tempo! Passeamos do passado para o presente e do presente para o futuro. Não necessariamente por esta ordem! Fazemos viagens pelas histórias de vida que se tornam, muitas vezes, memórias coletivas e partilhadas. Corremos pelo passado e varremo-lo para o presente. Aí, chamamos o teatro e jogamos o passado, brincando-o, rindo-o e reinventando-o, num jogo que se torna futuro a cada segundo!

 

Sílvia Barbosa começa a deambular pelos terrenos do teatro algures em 2005, quando frequentou o TIC-TAC- Teatro Académico do Porto, aquando da sua licenciatura em Filosofia, variante Estética e Artes. Ingressou, mais tarde, no curso de Teatro – Interpretação, na ESMAE, Porto, no ano de 2009. Aí conheceu diferentes técnicas e pessoas, trabalhou sob a orientação de Luís Varela ou João Lóio, Marco António Rodrigues ou Lee Begley, Fernando Mora-Ramos ou João Henriques, Catarina Lacerda ou Inês Vicente, entre outros. Teve ainda a oportunidade de figurar numa formação ao cargo da União dos Teatros da Europa, em 2012, onde trabalhou sob a orientação de Matthias Langoff e Michel Deutsch, em Delphi, Grécia. Trabalhou profissionalmente como atriz com as estruturas do Teatro da Rainha ou do Teatro Ensaio. Em 2012 obtém a Pó- Graduação em Teatro e Comunidade pela ESMAE, sob a direção de Hugo Cruz e Clayre Binyon. Estagiou na Associação Cultural Comédias do Minho, onde, desde 2014, desenvolveu trabalhos como atriz, dirigida por Gonçalo Fonseca, Rui Mendonça, Tânia Almeida, João Pedro Vaz, Maria Gil e Gil Teixeira, entre outros; como educadora, integrando a equipa de artistas educadores do projeto Mutantes e como encenadora do Grupo de Teatro Amador Do Cine Teatro João Verde. Colaborou também como encenadora dos Grupos de Teatro Amador GTV – Grupo de Teatro do Vez e DuplaFace, Companhia as Artes.  Obteve em 2022 o grau de Mestre em Educação Artística, explorando a profícua relação entre a Arte e a Cidadania.  Encabeça, ainda, o ColetivodaVelha onde encena criações originais para o publico infantojuvenil, explorando novas dramaturgias e as suas possibilidades performativas, como é o caso dos espetáculos Arco-da-Velha, de 2018, Alerta Colmeia, de 2019 e Discos Perdidos, de 2022. Integra, desde setembro de 2022 o Projeto do Teatro Noroeste ATIVAsénior.

José Escaleira

Com a experiência da vida, o que perdemos em criatividade ganhamos em memória. Mas o corpo continua a ter as mesmas capacidades de Arte e Comunicação que, num percurso de vida adultizado, sem lugar à imaginação e ao desenvolvimento pessoal criativo, foram deixadas latentes, e adormecidas.

Em idades maiores, em que o adulto se liberta dos corpetes do socialmente correto, há que abrir o espírito e recuperar o potencial criativo. Reencontremos em nós a criança liberta e inventiva que perdemos há muitos anos. Para isso contamos com a ajuda da memória construída a partir das ricas experiências de vida, agora sem peias, agora sem olho inquisidor.

Ganhemos consciência. De que comunicamos com o corpo sem darmos por isso; de que fazemos Arte, pelo canto, ao fazer vibrar as cordas vocais; de que provocamos emoções belas ao utilizar a entoação da nossa voz; de que criamos sons, formas e combinações variadas com as nossas mãos; de que criamos beleza quando o nosso corpo rodopia na dança; de que contamos histórias com a nossa expressão facial e gesto corporal.

Para isso, basta misturar a Criatividade, o Corpo e a Memória, no belo caldeirão que é a Vida.

 

Doutor em Economia da Cultura; mestre e licenciado em Economia, pela Universidade do Porto. Formação em Teatro e Expressão Dramática, c/ Guillermo Heras, Mário Barradas, Jean Pierre Ryngaert, Kot Kotecki; Konrad Ziedrisch (Berliner Ensemble), Giséle Barret, entre outros. Formação em Dança c/ Jocelyne Delimboeuf. Professor de Expressão Dramática e de Economia e Gestão Cultural. Desde 1972, ator e encenador no Teatro de Amadores e ator no Teatro Profissional, encenado por Castro Guedes, José Martins, Mário Barradas, Roberto Merino, Ricardo Simões, etc., com textos de António Torrado, José Jorge Letria, Jaime Salazar Sampaio, Gil Vicente, Moliére, Almeida Garrett, Pedro Homem de Mello, etc. Ator em Televisão e Cinema. Investigação com trabalhos publicados em Economia da Cultura; Teatro, Expressão Dramática, Animação Sociocultural e Estudos Socioculturais. Animador sociocultural, fundador da Companhia de Teatro do Noroeste – CDV, da cooperativa Centro Cultural do Alto Minho e de grupos de Teatro de Amadores.

Filomena Mouta

Histórias de vida, memórias de outros tempos e costumes são os momentos que em conjunto se partilha e que vão tomando forma para que algo aconteça e surja perante olhar de quem gosta de fruir e sonhar em conjunto. O teatro que nos conta histórias e nos traz emoções.

 

Filomena Mouta nasceu em Lisboa e é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Ingleses e Alemães pela Faculdade de Letras do Porto, possui CESE em Animação Comunitária e Educação de Adultos e CESE em Expressão Dramática e Criação Teatral em Educação pelo I.P. Porto. É pós-graduada em Artes Cénicas na Educação pela Faculdade de Psicologia do Porto e em Promoção e Educação para a Saúde, pela ESSVC-IPVC. É professora na Escola Secundária de Monserrate – Viana do Castelo: já lecionou as disciplinas de Oficina de Expressão Dramática, Técnicas de Expressão e Comunicação, Área de Expressões e Técnicas de Acolhimento e Animação. Leciona desde 1999 a UC de Expressão Corporal na Licenciatura em Enfermagem na ESSVC-IPVC. Possui o Curso de Formação de Atores da Seiva Trupe e participou em mais de 20 criações do Teatro do Noroeste – CDV, desde 1991 até ao presente.