Olga Roriz – Insónia
11 junho 2021
Sinopse
Insónia, é um espetáculo dirigido por Olga Roriz para um elenco renovado e criado em parceria com a equipa criativa das peças anteriores. A ingressão de novos elementos no corpo de bailarinos renova pontos de vista e opções estéticas. Bailarinos de quatro nacionalidades: portuguesa, italiana, irlandesa e polaca foram o resultado da escolha de uma audição internacional. A inspiração partiu de A casa das belas adormecidas um romance de Yasunary Kawabata, sobre a juventude a velhice, a beleza e o erotismo, o desejo e as memórias, onde jovens mulheres nuas, intocadas e intocáveis, dormem profundamente sob o efeito de poderosos narcóticos deixando, sem o saber, que o seu corpo seja contemplado por homens idosos em busca de uma pobre consolação para a perda de juventude.
Na introdução escrita por Mishima pode ler-se: A casa das belas adormecidas é um submarino no qual as pessoas são apanhadas numa ratoeira e o ar que respiram está a desaparecer gradualmente.
O desejo prende-se inevitavelmente a fragmentos, e, sem nenhuma subjetividade, as próprias belas adormecidas são fragmentos de seres humanos avivando o desejo na sua maior intensidade.
Após uma primeira leitura nos anos 90, Roriz tem agora, uma outra perspetiva desta obra, talvez mais distanciada e aberta, como se outras novas peças encaixassem no puzzle, formando ora uma paisagem desoladora da morte ora de uma beleza estonteante.
Uma reivindicação do lugar do corpo, da sua energia à sua fragilidade. O corpo intranquilo de carne exposta. A selvajaria de ser mulher ou de ser homem num mesmo mundo erótico.
A inexorável passagem do tempo, da solidão à angústia da morte. Um estudo sobre o feminino e o masculino o macho e a fêmea sem sexo definido, sem género. Os primeiros meses de pesquisa e investigação sobre o tema de o Erotismo foi um tempo de leitura coletiva sobre obras essenciais de George Bataille, Otávio Paz, Audre Lorde e Camille Paglia.
Sendo o erotismo um conceito vago, não palpável do foro da imaginação, havia que concretizá-lo, intelectualizá-lo e para organizar esse pensamento foi importante a presença e as conversas de dois estudiosos na matéria, Potira Maia e Sérgio das Neves. Deste primeiro período da criação produziu-se muito pensamento em forma de escrita. Este é um texto coletivo sobre o tema principal. Erotismo é armadilha de todas as definições e interpretações. Erotismo é o jogo do solitário, é uma cela solitária que te irriga de liberdade enquanto te encerra na sua sombra e humidade. É uma forma de libertação. É instinto animal e simultaneamente humano, na ótica em que parte de um pensamento. É uma escolha do pensamento, uma tentação. É um jogo indireto de atração, não óbvio. A combinação entre o sensual e o sexual. É efémero como uma sensação. Tudo o que estimula a fantasia. Pode ser um olhar determinado. Um toque direto. Um argumento profundo. Um tom de voz forte. Um sorriso envergonhado. Um momento onde se perde a noção do tempo. Pode partir da imaginação e pode ser alimentado conscientemente pelo trabalho da mente em um jogo constante. Jogar Xadrez com alguém pode ser extremamente erótico.
No entanto o erotismo não será o único tema a abordar nesta nova peça da COR. A igualdade de género, a questão do sistema binário, o lugar do corpo, a sua inquietude, a alienação, a vergonha, as heranças genéticas. Matérias feitas manifesto.
Preço bilhetes
Plateia: 10€
Frisas e Camarotes: 8€
Reservas: tmsm@cm-viana-castelo.pt
Local
Sala Principal do Teatro Municipal Sá de Miranda
Data
11 de junho 2021
Sessões
Sexta
21h00
Duração
80 minutos (aprox.)
Classificação Etária
M/14
Criação
Companhia Olga Roriz
Ficha Técnica
Direção
Olga Roriz
Intérpretes
Catarina Câmara, Connor Scott, Emanuel Santos, Marta Lobato Faria, Melissa Cosseta, Natalia Lis, Yonel Serrano
Banda Sonora
Olga Roriz e João Rapozo
Músicas
Archive, Armand Amar, Bobby Diran, Brian Eno, Eleni Karaindrou, João Hasselberg, Johann Sebastia Bach, Lucrecia Dalt, Nils Fraham, Peteris Vasks, Gloria Gaynor, Willie Dixon
Cenografia e Figurinos
Olga Roriz e Ana Vaz
Desenho de Luz
Cristina Piedade
Edição de Som
João Rapozo
Textos
Intérpretes
Assistência à Criação
Bruno Alves
Assistência de Cenografia
Pedro Jardim
Assistência de Figurinos
Ricardo Domingos
Estagiárias, Assistência aos Ensaios
Clara Bourdin, Ieva Bražėnaitė
Direção Técnica e Operação de Luz
Contrapeso
Operação de Som
PontoZurca
Coprodução
Centro Cultural de Belém, Teatro Aveirense/Município de Aveiro e Município de Viana do Castelo